'Igreja do Disco Voador': conheça a história do templo bizantino que chama atenção em Juiz de Fora

  • 25/12/2025
(Foto: Reprodução)
Igreja Melquita de São Jorge em Juiz de Fora Arquidiocese de Juiz de Fora A arquitetura diferente do templo bizantino localizado no Bairro Santa Helena sempre despertou curiosidade em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Para quem passa pela Rua São Sebastião, o formato arredondado, moderno e quase futurista rendeu ao local o apelido de “Igreja do Disco Voador”, um dos ícones arquitetônicos mais conhecidos da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Zona da Mata no WhatsApp Por trás do apelido popular, a Paróquia Melquita Católica de São Jorge guarda uma história marcada pela imigração sírio-libanesa, pela tradição oriental e pela resistência cultural de uma comunidade que encontrou na cidade mineira um novo lar. Neste ano, a Paróquia São Jorge celebra 60 anos da primeira missa, chamada de Divina Liturgia, que aconteceu no dia 25 de dezembro de 1965. A construção é fruto do desejo da comunidade greco-melquita, que são cristãos de tradição oriental que seguem o rito bizantino, mas estão em comunhão com a Igreja Católica, de celebrar a fé com identidade própria. 🔍O rito bizantino é um conjunto de tradições litúrgicas, orações, cantos e símbolos que se desenvolveram no antigo Império Bizantino, com centro em Constantinopla (atual Istambul). 'Mãos' segurando o céu Para vencer o terreno íngreme onde o templo foi erguido, o projeto adotou uma estrutura circular, sustentada por vigas que envolvem a cúpula como “mãos” segurando o céu. A forma geométrica virou marca registrada e motivo das comparações com objetos voadores dos filmes sobre extraterrestres. Segundo o diácono permanente da Igreja Greco-Melquita Católica no Rio de Janeiro, Raphael De Paola, a estética incomum não foi pensada para chamar atenção, mas para expressar simbolismos espirituais profundos. “A estrutura arredondada representa a universalidade da fé. Já a cúpula remete ao céu, que, para nós, é o espaço da presença divina”, afirma. Ele acredita que a curiosidade das pessoas é positiva porque cria oportunidades para apresentar um rito pouco conhecido no Brasil. “As pessoas chegam dizendo ‘vim conhecer a igreja do disco voador’ e acabam descobrindo uma tradição litúrgica muito mais antiga que o cristianismo ocidental”, comenta. Um pedaço do Oriente em Juiz de Fora Igreja Melquita de São Jorge celebrou 60 anos da primeira missa, que é chamada de Divina Liturgia Arquidiocese de Juiz de Fora A imigração sírio-libanesa na cidade se intensificou no fim do século XIX, e muitos desses imigrantes eram melquitas. A comunidade cresceu, criou associações, comércios e decidiu, na década de 1950, erguer um templo próprio. A pedra fundamental foi lançada em maio de 1958, e, desde então, o espaço se tornou ponto de referência para famílias de origem árabe e para fiéis de toda a cidade. A consagração da igreja, depois que acabou sua construção, foi em 1979. A liturgia melquita mantém elementos originais do cristianismo oriental, com forte carga simbólica, canto ritual e uso da iconóstase — uma parede de ícones que separa o altar do restante do templo. “Na Divina Liturgia, o sacerdote não ‘aparece’ tanto quanto no rito romano. A ideia é que Deus seja o centro. Há mistério, beleza e um sentido de transcendência”, afirmou Raphael. No rito bizantino, o padre celebra boa parte da liturgia voltado para o altar, não para o povo, simbolizando a caminhada comum rumo ao Cristo. Os cantos tradicionais são apresentados em árabe ou grego, enquanto leituras e discursos religiosos ocorrem em português, equilibrando preservação cultural e acolhimento aos fiéis locais. O rito bizantino é um conjunto de tradições litúrgicas, orações, cantos, símbolos e maneiras de celebrar a fé cristã Arquidiocese de Juiz de Fora Marco religioso, cultural e turístico Nos últimos anos, o templo passou a integrar roteiros de turismo histórico, como o 'Caminhando pela História', por causa da arquitetura única. Para o diácono Raphael, essa aproximação com o público é essencial para manter viva a memória da comunidade. “O patrimônio não é só espiritual. É cultural. É a história de famílias inteiras que atravessaram o oceano e reconstruíram a vida aqui”. Mesmo com o apelido divertido, o templo continua sendo um símbolo de identidade para centenas de famílias e um convite para quem deseja conhecer uma forma diferente de vivenciar o cristianismo. “O curioso vem pelo formato, mas o fiel volta pelo encontro com a espiritualidade. E é essa ponte entre o popular e o sagrado que torna o lugar tão especial.” LEIA TAMBÉM: Instrumento musical raro construído na Alemanha há quase 40 anos faz viagem oceânica e vira atração em igreja de Juiz de Fora Conheça a cervejaria artesanal que funciona há 130 anos no porão de igreja católica em Juiz de Fora *estagiária sob supervisão de Victória Jenz ASSISTA TAMBÉM: Igreja dos Arautos do Evangelho inaugura primeiro órgão de tubos de Juiz de Fora Igreja dos Arautos do Evangelho inaugura primeiro órgão de tubos de Juiz de Fora VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/12/25/igreja-do-disco-voador-conheca-a-historia-do-templo-bizantino-que-chama-atencao-em-juiz-de-fora.ghtml


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