Um ano após tragédia com 39 mortos em Teófilo Otoni, vestígios permanecem no local do acidente; FOTOS

  • 21/12/2025
(Foto: Reprodução)
Fragmentos de um quadro que seria entregue como presente de Natal por um dos passageiros Jerry Santos/Inter TV dos Vales Passados 365 dias do acidente que matou 39 pessoas no distrito de Lajinha, em Teófilo Otoni, o cenário no km 285 da BR-116 ainda preserva marcas físicas daquela madrugada. Em uma visita ao local, a reportagem da Inter TV encontrou desde peças estruturais do ônibus até pertences pessoais que nunca foram recolhidos. Um ano da tragédia na BR-116: investigação aponta negligência e réus aguardam júri popular O local da colisão, onde um bloco de granito se desprendeu de uma carreta e atingiu um coletivo da empresa EMTRAM, ainda é cercado por fragmentos de metal e objetos de passageiros. Paralelamente ao abandono dos destroços, a comunidade local denuncia que as melhorias de segurança prometidas após a tragédia ainda são insuficientes. Um ano após acidente com 39 mortos, vestígios da fatalidade continuam na via O rastro de destruição Acidente entre três veículos deixa 39 mortos na BR-116 em MG A permanência dos vestígios na mata lateral é um reflexo direto da fragmentação do veículo no momento do impacto. Para as autoridades que primeiro chegaram ao local, a dimensão da tragédia superou qualquer experiência anterior na região. O policial rodoviário federal Renato Neto recorda que o cenário era de guerra. "Logo quando eu cheguei no local, tinha corpos carbonizados e corpos decapitados. Algumas pessoas saíram com queimaduras ali do ônibus tentando uma ajuda. Foi realmente muito triste o que aconteceu", relata. O impacto psicológico atingiu inclusive as equipes de resgate, acostumadas com ocorrências graves na rodovia. Segundo o Tenente Alonso Vieira, comandante do Corpo de Bombeiros, o dia 21 de dezembro de 2024 ficou marcado na história da corporação: "Foi uma das piores ocorrências que eu já atendi. Todos os militares que estiveram lá ficaram muito abalados devido à proporção do acidente, à quantidade de vítimas e à situação em que elas se encontravam. Realmente nos deixou muito tristes", afirma o comandante. De acidente a crime Motorista suspeito de provocar acidente com dezenas de mortos em MG se apresenta à polícia Jornal Nacional/ Reprodução Essa violência descrita pelos socorristas foi traduzida tecnicamente pelo Ministério Público em uma denúncia por homicídio doloso, com dolo eventual. A promotoria sustenta que o motorista da carreta e o dono da transportadora assumiram o risco de matar ao ignorar normas básicas de segurança. O contexto probatório lista oito motivos determinantes para o enquadramento criminal: o excesso de peso da carga, o excesso de velocidade, a condução sob efeito de álcool e drogas, e o desrespeito aos períodos de descanso. Além disso, foram constatadas modificações estruturais não autorizadas no semirreboque, pneus desgastados com falhas na amarração das pedras, o fato de o motorista estar com a CNH suspensa e, por fim, a sua fuga do local sem prestar socorro. Para o delegado Amaury Albuquerque, que conduziu as investigações, o comportamento foi nitidamente criminoso. Ele destaca que o sobrepeso da carga e a amarração inadequada tornaram o resultado inevitável diante da velocidade praticada. "Foi um comportamento criminoso, porque para você chegar no resultado daquele, com as vítimas fatais, realmente você agiu de forma criminosa", disse. Agora, cabe a sete cidadãos decidirem o futuro dos réus em um Júri Popular, um marco jurídico que tenta responsabilizar não apenas o condutor, mas também a gestão da empresa pelo que as autoridades chamam de "negligência grave". O medo persistente Radar de fiscalização eletrônica de 60 km/h reinstalado a cerca de 500 metros antes do ponto do acidente Jerry Santos/Inter TV dos Vales Enquanto o processo avança nos tribunais, quem vive às margens do km 285 convive com o trauma e a insegurança. Daurinha dos Santos Raicher, que trabalha na lavoura e presenciou o movimento das ambulâncias pelas câmeras de segurança, relata que a rotina na comunidade de Lajinha não mudou para melhor. Ela afirma que o fechamento de passagens laterais na ponte aumentou o risco para os pedestres. “Em vez de ajudar, piorou, porque tampou o caminho da gente passar. Agora você tem que passar na BR correndo com as crianças, não tem espaço nenhum. E as carretas continuam descendo em alta velocidade”, denuncia. A moradora afirma que a promessa de instalação de radares para controlar o declive não foi plenamente cumprida, o que mantém o risco de novas tragédias. Segundo Daurinha, o trauma se tornou coletivo: "A gente fica depressivo, a gente fica traumatizado. É a sensação de todo mundo que mora aqui". Atualmente, um radar de 60 km/h funciona a 500 metros do ponto da colisão, mas a PRF reforça que a ausência de equipamentos no momento do impacto foi um fator crítico. O DNIT e a ANTT preveem melhorias estruturais e novos postos de pesagem apenas para os próximos anos, dentro do cronograma de concessão da rodovia. Até lá, os vestígios à beira da pista e o processo judicial seguem como lembrança da negligência que marcou o km 285. VEJA TAMBÉM: Câmera de segurança registra momento exato de acidente em MG, que deixou 39 mortos; VÍDEO Acidente com 39 mortes na BR-116 coloca Teófilo Otoni entre as cidades mais violentas do país; MG contesta dados Sobrevivente de acidente na BR-116 relata troca de ônibus antes da tragédia Prisão de suspeito de causar acidente com 39 mortes reacende preocupação com uso de drogas entre caminhoneiros Carreta com bois tomba em trecho da BR-116 em Teófilo Otoni onde 39 morreram em 2024 Vídeos do Leste e Nordeste de Minas Gerais O Sindcomércio representa o comércio varejista, atacadista e de serviços em toda a região. As convenções coletivas podem ser acessadas no site o, com atendimento também pelo WhatsApp (27) 97152-4825. Veja outras notícias da região em g1 Vales de Minas Gerais.

FONTE: https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2025/12/21/um-ano-apos-tragedia-com-39-mortos-em-teofilo-otoni-vestigios-permanecem-no-local-do-acidente-veja-fotos.ghtml


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